25/01/2009

Dias Estranhos

Ao olhar-me no espelho,não me encontro.
Não me enxergo nas linhas que projeto.
Ao procurar minha alma,desencontro.
Para não encarar a verdade,mudo o trajeto.

O que o futuro me reserva?
Mirações de ayhauasca ou a popdrug erva?
Nada permanece inalterado,tudo se transforma.
No que me tornei? Qual criatura me toma?

Interpreto hoje um jovem junkie decadente.
Amanhã? Um velho bêbado decadente.
Obviamente não sou tão jovem como fora antigamente.
Pressinto o fim que se aproxima e o açoite inerente.

Meus cabelos não cacheiam mais.
Meus olhos perderam todo o brilho.
Nem mesmo meu pau enrijece como ais.
Como se minha vida fora desviada do trilho.

A fé é a ausência de dúvidas.
Ensinou-me (in memorian) um amigo.
Emprego hoje toda a minha fé na dúvida.
Qual Deus se encarregará em aplicar-me o castigo?

Que dias estranhos tem sido esses!
Conflitos e batalhas sem recesso!
Marcas em meu rosto traduzem esses
Anos de boêmias e âmagos reversos!

Subtamente recordo o teu rosto.
Teus olhos desvanecidos fitando os meus.
E de um sonho pulo para outro.
E esboço a magia dos beijos teus.

Abro um livro e logo o fecho.
Dificulta a concentração,incômoda cadeira.
Tal como num domingo de sol onde o desfecho
É vibrar o clássico Corinthians x Palmeiras!