30/01/2009

Versos Póstumos

Olho para um céu nebuloso e sombrio.
Até em minha alma tenho sentido frio.
Lágrimas embaçam minha visão ao escrever.
Choro! E choro sem entender o porquê!
Meu corpo decline adentro ao abismo negro.
Bem ali,onde ouço gritos de dor e desespero.
É a essência da existência estar sozinho!
Onde estão aqueles de que mais preciso?
Estou me afogando em um Mar de Lágrimas!

Tenho estado à beira do suicidio.
Projeto do 10° andar o meu corpo estendido.
Estão todos pregando-me na Cruz.
Direcionam-me à Sombra,mas não mostram-me a Luz.
Tento fugir antes que o dia amanheça!

Mas no fundo não passo de uma criança má
Que sente prazer em lhe fazer chorar!
Intimamente não passo de uma criança carente.
Não creio que haja no mundo alguém a amar-me verdadeiramente!

Venho me escondendo através das drogas
Para não ter de encarar a realidade lá fora.
Tenho observado friamente o corte.
Esperançoso que já na próxima estrófe
Contenham somente versos póstumos.
E que sejam eles em memória aos mortos.
Pois és realmente a tumba,amiga ésta
A confidente leal de todos os poetas.
O mármore frio,a noite e a solidão.
São elas quem lhes traz inspiração.

Há paredes de concreto em meu cativeiro.
O cumpridor da lei,o coveiro.
Aprisionou-me perpétuamente em meus sonhos.
E sussurrou em meu ouvido: - Você esta morto!
E agora com o corpo apodrecendo na prateleira.
Divido o espaço com minha fiél companheira.
Ela que sempre manteve o fogo aceso da criação.
Minha unica amiga,és tu,eterna solidão.
Pois a minha amada mortal eu nunca a tive.
Mas seja quem for,saiba que meu amor ainda vive!